Famílias apostam em métodos de ensino longe das salas de aula
Pietro, de cinco anos, ficou fascinado com os filhotes da gata de estimação. “Mamãe, como os bichinhos nascem?” foi a deixa para a enfermeira Larissa Moris, 34 anos, de Feira de Santana, buscar explicações na internet para o filho. Se ele quer comer um bolo, a gente treina matemática, medidas, a diferença de peso. Os pais acreditam que o aprendizado se desenvolve no cotidiano. Larissa resistiu em tirar o filho da escola. Só decidiu depois do rótulo de hiperativo que o menino recebeu das professoras. Além disso, Pietro se sentia excluído. No mês que vem, o Ministério da Educação deve receber uma pesquisa sobre os resultados e impactos do ensino domiciliar em outros países. A ideia é regulamentar a prática. Estima-se que cerca de mil famílias adotam essa modalidade, mas a maioria mantém sigilo, por medo de restrições legais. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), é obrigatória a matrícula de crianças na educação básica a partir dos quatro anos. Não fazer isso pode caracterizar abandono intelectual.]