BID recomenda investir em programas para primeira infância
Investir em qualidade nos programas para a primeira infância na América Latina e Caribe beneficiará seu desenvolvimento e reduzirá a diferença entre pobres e ricos, segundo um relatório divulgado no dia 27 de outubro pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). "Os governos precisam redefinir suas intervenções no desenvolvimento da primeira infância (de 0 a 5 anos), com programas de qualidade aos professores e funcionários de centros de cuidados infantis, o que ajudará a reduzir as diferenças entre pobres e ricos", disse em coletiva de imprensa em Lima o economista Samuel Berlinski, co-autor do relatório do BID 'Os Primeiros anos: O Bem-estar infantil e Papel das Políticas Públicas'. Para Berlinski, economista do departamento de pesquisa do BID, os governos devem investir em capacitação de qualidade para professores. "A primeira infância é a idade-chave para o futuro do pequeno, que possa se desenvolver na escola e no futuro", disse. O documento elogia o fato de os países da região terem conseguido reduzir a pobreza infantil, mas os recursos em serviços e programas para a primeira infância representa menos de 6% do gasto social total. "Essas deficiências (no gasto) têm um forte impacto nos setores mais pobres, o que reduz as probabilidades de que essas crianças estarem prontas para a escola em relação a seus pares mais favorecidos economicamente", afirmou o BID. "Não se trata de grandes orçamentos, mas que estejam voltados para a melhora na qualidade das pessoas que responsáveis pelas crianças na primeira infância", explicou Berlinski. De acordo com o relatório, os programas para crianças de 0 a 5 anos no requerem grandes infraestruturas, e, sim, assistentes sociais capacitadas, sob rigorosa supervisão, que possam estabelecer uma relação de confiança com as famílias. Construir creches de ótima qualidade nada acrescenta ao desenvolvimento infantil se as crianças não participam de forma ativa, e se eles não forem motivados e estimulados, completou. Berlinski disse que os resultados não são modificados com a redução no número de alunos em sala de aula ou com computadores portáteis para professores e crianças, entregar computadores portáteis sem que haja mudanças nas experiências cotidianas nas aulas.