Marchas no Rio de Janeiro e São Paulo cobram parto humanizado
Um grupo de mulheres, muitas exibindo a barriga de gestante, participou ontem nas capitais fluminense e paulista de marchas pela humanização do parto, incluindo a defesa do direito de dar à luz em casa. Segundo as organizadoras, o objetivo era chamar a atenção da sociedade para o atual modelo de obstetrícia no País, que elas classificam como violento. Como exemplo, citam o uso de medicamentos para acelerar o parto, o corte desnecessário da vagina e a realização de cirurgias cesarianas que podem ser dispensáveis.
Protesto –As marchas foram uma reação à edição, pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), de duas resoluções que passaram a considerar infrações éticas a participação de médicos nos partos realizados em casa e de parteiras e doulas (acompanhantes) nos nascimentos de bebês ocorridos em hospitais. Publicadas no dia 19 de julho, as resoluções tiveram seu efeito suspenso por decisão da Justiça, que atendeu ao pedido do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RJ). O Cremerj, porém, já anunciou que vai recorrer da liminar.