RJ: Escola de Realengo promove mudanças para ajudar a comunidade escolar a superar trauma da violência
Quando Wellington Menezes de Oliveira invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira e atirou em 20 meninas e 4 meninos, causando a morte de metade dessas vítimas, parecia que o colégio de Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), ficaria marcado para sempre. Um ano depois da tragédia, a unidade de ensino deu lugar a uma escola modelo: o prédio foi reformado e um anexo foi erguido. As salas ganharam recursos multimídia e professores passaram por reciclagem. Mas os alunos ainda têm acompanhamento psicológico. "Estamos reinventando a escola", afirma a diretora adjunta, Daisy Carvalho.
Trauma ainda é desafio – Apesar dos avanços na escola, os alunos ainda tentam se recuperar do trauma: algumas crianças têm pesadelos, outras desenvolveram gagueira, voltaram a fazer xixi na cama, ou tornaram-se introspectivas. Há aquelas que resistem a ir às aulas. "Às vezes, o vento abre a porta da sala devagarinho e o coração já começa a pular. Às vezes, não quero vir, quero fingir que nada disso aconteceu. Mas também é bom falar, desabafar", conta Joyce Losso, de 16 anos. "Tão cedo eles não vão se curar", admite a diretora adjunta.