Brasil terá novo currículo para todas as escolas

Veículo: R7 Notícias - BR
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Após anos de debate e discussões, o Brasil deve ter ainda em 2016 uma BNC (Base Nacional Comum), um currículo nacional, que vai estabelecer os conhecimentos essenciais que todos os alunos do País devem ter durante o período escolar. De acordo com o MEC (Ministério da Educação), o documento será mais uma “ferramenta que vai ajudar a orientar a construção do currículo das mais de 190 mil escolas de educação básica do País”. Guiomar Namo de Mello, educadora e membro do Conselho Estadual de Educação, explica que a base pode ser considerada um acordo. "É um acordo social sobre o que é imprescindível que todos os alunos aprendam no final da escola básica. O que ele deve saber, conhecer, o que ele deve saber fazer, quais os valores, conhecimentos, posições de conduta que ele deve ter". Em 2015, a primeira versão do texto começou a ser elaborada e, em julho, foi lançado o Portal da Base Nacional Comum Curricular. O MEC mantém o portal com as informações detalhadas do que vêm sendo discutido na área e apresenta as propostas pedagógicas para cada ano. Além disso, até o dia 15 de março, o site está aberto para a fase de consulta pública e qualquer pessoa pode contribuir. Mais de 10,2 milhões de pessoas já participaram da consulta e, em fevereiro, após uma série de críticas, o MEC decidiu ampliar a parte de história mundial mantendo as partes africana e indígena na primeira revisão da base. Clique aqui para mais detalhes sobre o projeto. Até junho deste ano, o texto da base deve ser encaminhado para o CNE (Conselho Nacional de Educação) e outras mudanças ao projeto serão realizadas.  

Professores
Para que a BNC represente mudanças práticas de fato na educação, especialistas defendem o trabalho com os professores. Para Daniel Cara, coordenador-geral da campanha nacional pelo direito à educação, a vida dos docentes será a primeira a ser afetada com a base. "Em tese, muda a vida dos professores, o trabalho deles, que vão ter de forma mais clara o que devem ensinar e o que podem trabalhar em temos de inovação e coisas novas que podem dar para os alunos e isso vai ter um impacto porque o comum vai ser nacional e o específico vai depender de cada rede de ensino". Para Guiomar, somente com o trabalho de formação dos professores será possível esperar uma melhora na qualidade do ensino no País. "Pode ter esse efeito de melhoria se você tiver formação de professor e materiais que consigam transformar isso em prática de sala de aula. Aí vai uma grande competência de todos os gestores, professores, coordenadores, diretores". César Callegari, membro do Conselho Nacional de Educação e diretor da faculdade Sesi de educação de São Paulo, concorda. "Eu acho que o governo brasileiro já deveria começar a preparar um grande programa de formação dos professores. Acho que isso é urgente [colocar a base em prática] depende de formação de professores". Ainda segundo Callegari, o envolvimento dos professores também ajudaria no processo de adoção da base, quando aprovada. "A implantação não será de forma homogênea no Brasil. Pode ficar mais equalizada se tiver uma formação de professos capitaneado pelo ministério com apoio dos Estados e municípios".