Diminuir a idade penal não é a solução
Para a psicóloga Andréa dos Santos Nascimento, a discussão sobre a redução da maioridade penal reflete a postura “ultraconservadora de nossa sociedade, que acredita que mudar a idade a partir da qual um jovem pode responder por seus atos contra a lei pode diminuir a violência de alguma forma”. Em artigo, a conselheira do Conselho Regional de Psicologia da 16ª região, no Espírito Santo, avalia que “em um País de impunidades, cujos líderes dão exemplos variados de corrupção, cujo Congresso Nacional é envolvido nos mais diversos escândalos”, escolhe-se como o “alvo da vez” crianças e adolescentes. Ela afirma que ”não discutimos a fome e a miséria, mas queremos prender os jovens em situação de miséria intelectual, psicóloga, social, nutricional”. Lembra ainda que debater a maioridade penal requer discutir que, de acordo com o IBGE, apenas 12,6% da população brasileira é composta por adolescentes. “Portanto, diminuir a maioridade penal é um paliativo. Há uma falsa impressão em nossa sociedade que punindo mais haverá diminuição de atos criminosos. Somos a terceira maior população carcerária do mundo, e isso resolveu? Não”, argumenta.