RS: A rotina das meninas privadas de liberdade
A segunda matéria sobre a vida das meninas privadas de liberdade no Centro de Atendimento Socioeducativo (Casef), única casa feminina da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase)/RS, conta como é a rotina na unidade. No local, as internas devem estar de pé às 6h. Em uma hora, tomam banho e café da manhã. Afinal, há atividades até as 22h. A passagem dos plantonistas ocorre às 7h. Às 8h começam as aulas – as do fechado estudam na Escola Tom Jobim, anexa à casa. As demais, têm escolas fora. Carentes, as meninas precisam desabafar, buscam carinho. É "tia" para lá, "tia" para cá, "tia" o dia inteiro. As regras são rigorosas: qualquer deslize resulta em uma norma anotada em um caderninho. Três normas provocam recolhimento ao quarto, sem escapatória.
Confiança – Assim a confiança começa a ser talhada. E a liberdade, aos poucos, alcançada. Em sete dias, se o comportamento for reconhecido como adequado, a adolescente recebe um kit de risco – inclui, garfo e faca de inox, prato e copo de vidro, além de gilete para depilação e agulha para o bordado. O uso é restrito para áreas comuns. Antes disso, as refeições são feitas no quarto com talheres e pratos de plástico.