Doenças da pobreza são desafio para o SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda precisa prestar atendimento a pessoas com enfermidades que se expandiram desde o século 19. De acordo com a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Tânia Araújo Jorge, as chamadas "doenças negligenciadas" têm um determinante social muito forte e suas sequelas alimentam a pobreza. "Renda, condições de educação, de saneamento e água influenciam bastante na permanência dessas doenças, por isso são consideradas doenças relacionadas à pobreza", explica Tânia. As doenças negligenciadas consideradas prioritárias pelo governo federal são dengue, doença de Chagas, leishmaniose, malária, esquistossomose, hanseníase e tuberculose. A pesquisadora destaca que outra característica desses males é que, de forma geral, são negligenciados pela indústria farmacêutica. Tânia Araújo acrescenta que a omissão da rede pública de saúde na atenção a essas populações contribui para a permanência dessas doenças na agenda do governo.