Fortaleza alfabetizou 91,9% dos estudantes na idade certa
Mais de 90% dos alunos matriculados no 2º ano do Ensino Fundamental conseguiram chegar ao fim do período com alfabetização consolidada. O número foi revelado, na última terça-feira (6), pela Prefeitura Municipal, na divulgação dos resultados preliminares do Sistema de Avaliação Permanente da Educação Básica do Estado do Ceará (Spaece) 2017. De acordo com os dados, 80,1% dos estudantes alcançaram nível desejável na avaliação e outros 11,8% apresentaram nível suficiente, totalizando 91,9%. Em relação a 2016, o número de alunos alfabetizados no 2º ano cresceu 4,2 pontos percentuais.
A melhoria no desempenho também está presente nos resultados por escolas. Das 206 unidades da rede municipal que participaram da avaliação referente à alfabetização, 202 atingiram nível satisfatório, seis a mais que no ano anterior.
Segundo o prefeito Roberto Cláudio, a alfabetização na idade certa tem sido o foco das ações municipais nos últimos anos. O avanço obtido, conforme o gestor, é reflexo das políticas educacionais desenvolvidas na Capital e do envolvimento de escolas, educadores e famílias na aprendizagem dos alunos. “É um avanço muito significativo para uma cidade que há cinco anos atrás tinha só 10% das escolas ensinando a ler e escrever na idade certa”, destacou.
Os resultados satisfatórios, no entanto, não se estenderam aos alunos do 5º e do 9º ano do Ensino Fundamental, que tiveram os desempenhos em Língua Portuguesa e Matemática avaliados. Ambas as séries tiveram progressos discretos em relação aos anos anteriores e ainda possuem grande percentual de estudantes com notas abaixo do nível desejável.
No 5º ano, considerado o fim da primeira etapa do Ensino Fundamental, 45,3% dos alunos apresentaram nível adequado em Língua Portuguesa e apenas 28,2% em Matemática. Já no 9º ano os resultados foram ainda mais baixos. Somente 18,1% tiveram nível desejável em Português e 4,3% em Matemática.
Para a secretária de Educação de Fortaleza, Dalila Saldanha, a performance abaixo da esperada é reflexo das deficiências no processo de alfabetização dos alunos que hoje cursam os anos intermediários e finais do Ensino Fundamental. “O principal diagnóstico que temos é que estamos num processo contínuo. Com certeza, quando essa geração da alfabetização na idade certa chegar ao 9º ano, vamos observar resultados melhores”, analisou Dalila.
Ações
Diante dos resultados observados no Spaece 2017, o prefeito ressaltou que o 5º e o 9º anos devem ser priorizados nos próximos anos de gestão. A atenção será mais voltada para o último ano, no intuito de evitar a evasão escolar entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Educação (SME) tem realizado busca ativas como forma de identificar abandonos e viabilizar o retorno dos estudantes à escola. “Se o aluno perder a matrícula no meio do ano, buscamos a família para saber se foi mudança, se foi questão familiar, e tentamos trazer esse estudante de volta para a escola”, explica Roberto Cláudio.
Como parte dos novos investimentos na área, que devem somar R$ 18 milhões, a Prefeitura pretende fortalecer o ensino de Matemática nas unidades por meio da formação de professores e da disponibilização de material estruturado em sala de aula. Ao fim do ano, os estudantes e as escolas que obtiverem os melhores resultados no Spaece receberão premiações.
Para os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a SME lançou o programa Alfa 3. Segundo Dalila Saldanha, o objetivo da iniciativa é consolidar o processo de alfabetização no 3º ano, para garantir que os estudantes cheguem ao 5º e 9º anos com níveis desejáveis de aprendizado. “Estamos olhando para todas as séries, fazendo uma análise para que as crianças estejam dentro da série adequada com as proficiências adequadas”, ressaltou.
Prefeitura deve elaborar plano de segurança
Durante a apresentação dos dados do Spaece, Roberto Cláudio revelou que a Prefeitura está trabalhando na elaboração de um plano de segurança para combater a violência que tem cercado unidades de ensino da rede pública na Capital. Segundo o prefeito, a gestão deve realizar estudos sobre os casos de agressões físicas e ameaças dentro e no entorno das instituições e a frequência com a qual ocorrem, e averiguas se há um padrão geográfico entre as ocorrências. Roberto Cláudio afirmou, ainda, que o plano deve ter a participação da Guarda Municipal e da Polícia.