A Mídia como Consultório?

(2002)

Realização:

ANDI, UNICEF, Central de Projetos, DST e Aids. Com apoio UNESCO

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As Colunas de Consulta estão hoje consolidadas em vários veículos de nosso País como importantes espaços de interatividade e prestação de serviço. São nessas colunas que leitores, ouvintes e telespectadores – principalmente os adolescentes e jovens – buscam esclarecer suas dúvidas sobre saúde, sexo, afetividade e drogas, dentre outros temas. Por meio delas, especialistas habilitados em questões do universo juvenil oferecem um espaço de aconselhamento que muitos adolescentes não encontram na escola, na família ou mesmo no consultório médico, por pura timidez ou dificuldade de acesso.

Na visão de muitos jornalistas e profissionais de comunicação, essas seções são uma das melhores formas de estimular a interação do público com a informação veiculada, pois expõem experiências e anseios individuais – porém preservando o anonimato –, além de contextualizarem e favorecerem a criação de mecanismos de identificação. Não por acaso, estão entre os recursos de mídia mais procurados e elogiados pelo público – em especial, pelo segmento adolescente e juvenil.

No entanto, apesar dessa reconhecida popularidade junto ao segmento adolescente, as Colunas de Consulta não são unanimidade entre os veículos da chamada Mídia Jovem: apenas 10 dos 26 principais suplementos de jornal e revistas especializados em adolescência do país apresentam essas seções. Além disso, não são raros erros técnicos e jornalísticos nas respostas veiculadas, aponta monitoramento realizado desde 1999 pela ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância.

É a partir dessas duas realidades – a significativa contribuição oferecida por essas seções e a necessidade tanto de qualificá-las quanto de estimular sua multiplicação – que nasce o presente projeto, denominado A Mídia como Consultório?. Ele se justifica ainda por um contexto nacional que inclui a alta vulnerabilidade dos jovens diante da epidemia da Aids e dos altos índices de gravidez não-planejada e consumo de drogas na adolescência, além das dificuldades e desafios dos serviços públicos de saúde no atendimento específico a esse segmento populacional.

Este livro reúne os esforços de instituições que têm o adolescente como um dos focos centrais de suas agendas. Como maior diferencial, além da análise crítica do conteúdo das principais Colunas de Consulta veiculadas por jornais, revistas, rádios e emissoras de televisão de todo o País, optamos que a obra incluísse material de orientação pedagógica para especialistas, jornalistas, educadores e atores sociais que atuam junto a adolescentes.

Acreditamos que investir na qualificação dessas seções, que esclarecem dúvidas, medos e sentimentos de culpa dos adolescentes, é contribuir para a formação de cidadãos plenamente realizados, capazes de lidar adequadamente não apenas com suas transformações pessoais, mas também com aquelas da sociedade em que vive.

Vale destacar ainda que o projeto A Mídia como Consultório?, com o objetivo de atender uma população geralmente esquecida – a dos adolescentes em conflito com a lei –, desenvolveu uma segunda publicação, intitulada Sem prazer e sem afeto – sexualidade e prevenção às DST/Aids nas instituições de privação de liberdade. Nela se destacam orientações para profissionais que atuam nessas instituições e o levantamento das principais questões e dúvidas dos internos, além de orientações para uma melhor qualificação da cobertura que a mídia vem oferecendo a essas temáticas.

É com especial satisfação – e na esperança de que aqui possam encontrar subsídios valiosos para as importantes atividades que desempenham junto ao público adolescente e jovem – que dividimos os resultados desse projeto com os profissionais de mídia, educadores e especialistas.

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