Amamentação exclusiva nos primeiros seis meses poderia evitar desperdício mundial de US$1 bilhão por dia

Veículo: Revista Crescer - SP
Compartilhe

Além de trazer benefícios para mães e bebês, a amamentação é a melhor opção para a economia mundial. É isso que aponta a nova pesquisa ‘O Custo de não Amamentar’ que reúne dados de mais de 100 países. De acordo com o estudo, a economia global pouparia US$ 1 bilhão (cerca de R$ 3,76 bilhões) se a totalidade das mulheres pudesse amamentar os filhos exclusivamente durante os primeiros seis meses, como recomenda a Organização Mundial de Saúde.

A pesquisa, publicada no jornal acadêmico de Políticas e Planejamento da Saúde da Universidade de Oxford, fez o cruzamento entre as informações coletadas da população e os estudos já publicados sobre o tema. Os resultados mostraram que 595 379 mortes de crianças entre 6 meses e 5 anos por ano, atribuídas à diarreia e a pneumonia, poderiam ter sido evitadas com a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses.

A análise também estima que 974.956 casos de obesidade infantil por ano podem ser atribuídos à ausência ou interrupção prematura da amamentação. Já para as mulheres, estima-se que a amamentação teria o potencial de prevenir anualmente 98.243 mortes por diabetes e cânceres de mama e ovário.

Ao prevenir o aparecimento dessas doenças, os pesquisadores estimam que haveria uma economia anual de US$ 1,1 bilhão com os custos de saúde. Já a perda de produtividade causada por essas mortes prematuras de mães e filhos foi estimada em US$ 53,7 bilhões por ano, de acordo com os cientistas.

O maior prejuízo econômico, porém, vem das perdas cognitivas de crianças que não são amamentadas nos seis primeiros meses e não recebem nutrição adequada, o que equivaleria a menos US$ 285.4 bilhões gerados por ano na economia mundial.

No total, o custo global de não amamentar exclusivamente durante os primeiros seis meses foi calculado pelos pesquisadores em us$ 341,3 bilhões por ano.  “Os custos humanos e financeiros de não amamentar destacam a importância de fomentar uma cultura que apoie e proteja a amamentação em escala global”, escreveram os autores do artigo estudo, Dylan Walters, LinhPhan e Roger Mathisen.