Falta de estudo dos pais afeta em mortalidade infantil
Pesquisa do Estadão Dados mostra que nenhuma outra de 232 variáveis testadas influi mais nas mortes na infância do que a falta de estudo dos adultos. Nem falta de dinheiro, de água ou esgoto têm impacto maior. Os dados se referem aos 5.565 municípios brasileiros, foram coletados durante o Censo 2010 e compilados pelo Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Eles foram usados para criar um modelo explicativo dos indicadores que poderiam causar a mortalidade de crianças de até cinco anos. Por meio de métodos estatísticos, foi possível ver que a maior causa desse tipo de morte está relacionada à taxa de alfabetização da população com mais de 18 anos. Para cada ponto percentual retirado da taxa de analfabetismo da população de 18 anos ou mais, a taxa de mortalidade de crianças até cinco anos cai 4,7 pontos. Na prática, se 1% dos adultos de uma cidade é alfabetizado, em média, mais 47 crianças sobrevivem à primeira infância, a cada 10 mil nascimentos. "Às vezes, a casa não tem saneamento básico, mas se a mãe tem um pouco de educação, consegue que o filho tenha acesso aos programas sociais do governo", disse o pesquisador do IBGE Celso Simões, autor de estudo que chegou a conclusão similar.