Cardápio saudável e balanceado deve ser incentivado desde a infância
A obesidade tornou-se, nos últimos anos, um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Em 2004, já se estimava que 10% das crianças e adolescentes apresentavam excesso de peso e que, dentre elas, um quarto já eram consideradas obesas.
No Brasil, o cenário não é diferente. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 15% das crianças brasileiras com idade entre 5 e 9 anos são obesas. E um dos principais fatores para esse fenômeno, segundo especialistas, é a dieta inadequada nos primeiros anos de vida.
Com a correria do dia a dia, a alimentação, em muitos casos, passa a não ser considerada prioridade, fazendo com que fast foods e comidas processadas ganhem ainda mais espaço na rotina das famílias.
O grande problema, na avaliação de Maria Emília Pacheco, que integra a Federação de Órgãos de Assistência Social e Educacional (Fase) e o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar Nutricional (FBSSAN), é que, na fase entre a infância e a adolescência, a alimentação precisa ser rigorosamente balanceada, já que o organismo está em constante mudança.
E essa conscientização alimentar, ainda conforme a especialista, deve ter início assim que a criança começa a ter contato com alimentos sólidos. E é justamente nesta fase que a atenção dos pais deve se voltar à qualidade da comida que ela irá ingerir.
“O importante é trabalhar com a conscientização desde sempre, para que, quando a criança tiver autonomia para escolher os alimentos, possa ser mais seletiva. O conceito da alimentação equilibrada e saudável deve estar arraigada, para que não haja desvios ao longo do caminho”.
Quem tem filho sabe que cuidar da alimentação dos pequenos não é tarefa fácil. Dessa forma, como evitar que as crianças, mesmo que disciplinadas a comer bem dentro de casa, resistam aos alimento mais calóricos, as conhecidas “porcarias”?
Segundo Maria Emília, é inevitável que esse tipo de alimento não faça parte da vida das crianças e adolescentes. No entanto, seu consumo não deve, jamais, se tornar um hábito. “Quanto menos contato com esses alimentos, melhor. O ideal é que o paladar da criança seja adaptado aos alimentos saudáveis e que o consumo não seja permitido num primeiro momento”.
Por isso, uma alternativa para os pais na hora de servir as refeições para as crianças é investir em pratos coloridos, principalmente entre as crianças que relutam em comer verduras e frutas.
“Os pratos coloridos e com formas diferentes servem como motivação para as crianças. É importante que os pequenos aprendam a fazer seu prato desde pequenos e sempre com a supervisão de um adulto”.