PE: Detentos registram filhos
O pequeno José Mateus, de apenas 14 dias, vai poder contar com o nome do pai em sua certidão de nascimento. O fato seria comum, se o garoto não tivesse nascido na Colônia Penal Feminina do Recife (PE), onde a mãe está presa, acusada de tráfico de drogas, e se o pai dele também não cumprisse pena no Presídio Aníbal Bruno, ambas as unidades na Zona Oeste da capital. Nenhum dos dois poderia levar o filho ao cartório e registrá-lo. Mas graças a uma parceria da Associação Pernambucana de Mães Solteiras (Apemas) com a Defensoria Pública, para facilitar o acesso do detento à Justiça, Mateus sairá das estatísticas de crianças cujas certidões não constam a paternidade. O trabalho de identificação dos filhos de detentos sem o nome do pai no registro começou nesta quarta-feira (17) na Colônia Penal Feminina, onde existem 957 presas, das quais 15 estão grávidas e outras 14 deram à luz há pouco tempo. Quando soube da campanha, Vânia Sabrina Silva do Nascimento, 23 anos, mãe de Mateus e de outros três filhos, correu para garantir que o recém-nascido tenha os mesmos direitos dos irmãos, que têm o nome do pai nos documentos. Para a presidente da Apemas, Marli Silva, a campanha é uma vitória. Ela percorrerá outras unidades, oferecendo, também, a emissão de documentos.