Educação na Imprensa Brasileira

(2005)

Realização:

ANDI e Ministério da Educação.

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Apresentamos os resultados da pesquisa A Educação na Imprensa Brasileira, debatidos em seminário no dia 18 de maio de 2005, em São Paulo, por especialistas em educação, jornalistas de todos os estados brasileiros e autoridades. Conduzido pela ANDI e O Ministério da Educação, com o apoio da Unesco, o levantamento analisou 5.362 textos jornalísticos publicados por 57 jornais brasileiros ao longo de 2004.

Disponibilizar os dados e as informações da pesquisa é estimular um debate construtivo, propositivo e voltado para a identificação de quem deve ser responsável pelo amplo universo das políticas educacionais. Acreditamos que estes conteúdos colaborem para um salto no atual estágio – já mais avançado que no passado – do tratamento editorial dispensado ao tema, visto que a possibilidade de criar ou recuperar a capacidade de efetivamente transformar a educação em prioridade passa, sem sombra de dúvida, pelo papel desempenhado pelos meios de comunicação, seus profissionais e as fontes que colaboram com a construção da notícia.

A cobertura da imprensa melhorou muito ao longo dos últimos anos, conforme demonstra a pesquisa. Definitivamente, os profissionais da imprensa abraçaram a causa da Educação. É a pauta social mais veiculada pelos diários de todas as unidades da federação. Contudo, a pesquisa mostra que ainda há um longo esforço a ser perpetrado. Ao abdicar de se aprofundar nas questões mais cruciais – por exemplo, ao preferir cobrir o vestibular à Educação Infantil – a imprensa furta-se do papel de estimular o debate sobre as demais responsabilidades a serem assumidas no espaço público. Furta-se da oportunidade histórica de todos os dias recordar os avanços que ainda não logramos alcançar e os caminhos que necessitamos imediatamente percorrer.

Dados apontam que se congelássemos alguns países latino-americanos por algumas décadas e o Brasil continuasse caminhando, ainda assim, estes países estariam a nossa frente em muitos indicadores educacionais. Neste sentido, não basta falar em qualidade, é preciso aprofundar o assunto educação. É preciso agendar o tema.

Para a leitura destes resultados cabe sinalizar quatro temas relevantes:

1. Não estamos apontando sequer lateralmente o essencial impacto das Políticas Públicas de Comunicação no cenário midiático, cujo conteúdo da cobertura educacional esta pesquisa buscou radiografar. Concentração de propriedade, propriedade cruzada, forma de gestão das atividades jornalísticas são alguns dos fatores que importam e importam muito nesse contexto.

2. Ainda que tenhamos dedicado algum tempo ao tema, falta muita discussão sobre o modelo de Educação que hoje vigora no Brasil.

3. Aliado a isto, faltou aprofundar os reais significados de uma Educação de qualidade e, portanto, as saídas para se atingir esta meta.

4. Um capítulo especial sobre a Educação à Distância é uma outra importante dívida ainda não sanada.

Certamente, todos estes temas serão abordados no livro que integra esse projeto. A edição pretende reunir as discussões já publicadas, as reflexões agregadas pelo seminário e o aprofundamento do debate sobre as questões relativas às lacunas que ainda persistem.

Acreditamos que esta pesquisa poderá provocar uma atitude propositiva em relação aos assuntos da educação brasileira, sob a responsabilidade das autoridades e dos jornalistas, para que a Educação se transforme em prioridade pública e estratégica .

 

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