Afeto é essencial para o desenvolvimento neurológico das crianças

Veículo: Agência Brasil - BR
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Uma oportunidade para trabalhar com intervenção precoce melhorando o desempenho neurocognitivo das crianças. É assim que médicos avaliam a importância dos primeiros mil dias de vida do bebê e o esforço permanente tem sido de conscientização para o tema. "Essas manifestações, tanto dos genes como do ambiente, já começa no período intrauterino. Então, o cuidado e padrão que se tem de uma gestação é fundamental. Além disso, fatores como a qualidade do aleitamento materno, o vínculo, a estruturação familiar em nível socioeconômico, o tempo que a mãe ou cuidador principal tem para a criança fazem diferença no futuro dela" afirmou a assessora da presidência da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Rita de Cássia Ferreira da Silva. Casos comuns na sociedade, como a criança que morde os coleguinhas, podem ser um reflexo de uma parte genética oriunda de pais agressivos, sem paciência para conversar e acompanhá-los nas brincadeiras. A partir daí, as crianças buscam na agressividade uma compensação. Quando se intervém nesses casos já não se trata de uma intervenção preventiva. É importante dentro dos mil dias, ou seja, até o final do segundo ano de vida trabalhar na prevenção de forma distinta conforme o período. "No primeiro ano é o afeto, vinculo e apego. A criança transmite sinais daquilo que ela quer e a família tem que saber reconhecer os sinais e entendê-los. Já as habilidades para resolver problemas e a sociabilização são percebidas no segundo ano de vida. O pediatra precisa saber orientar os pais dessa criança para que não se perca essa janela de oportunidade que é quando se tem a maior plasticidade neural" completou Rita. Um dos aspectos mais importantes é incentivar a leitura desde cedo. Mesmo que a criança não entenda a leitura é importante que os pais invistam um tempo para isso. Estudos mostram que ao fazer isso, a criança fica melhor preparada para a escola e criará uma conexão entre o aprendizado e leitura.