Tráfico de pessoas aumenta
"Falta compromisso não apenas do Estado, mas de toda sociedade em combater este tipo de prática. A sociedade está sendo muito tolerante; muitas famílias estão desistindo de esperar uma resposta", disse a coordenadora da Comissão Justiça e Paz (CJP) do Regional Norte 2 da CNBB (Pará e Amapá), irmã Henriqueta Cavalcante, sobre a situação do Pará no combate ao tráfico de pessoas. O desabafo se deu durante audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas no Brasil realizada ontem (29) na Assembleia Legislativa do Pará. De acordo com o presidente da CPI, o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA), o Brasil está entre os dez maiores rotas de tráfico de pessoas no mundo. Investigações preliminares realizadas pela comissão mostram que três das principais agências de aliciamento são comandadas hoje por paraenses.
Ilegalidade –Ele explica que de maio do ano passado para cá, quando foi instalada a CPI, muitos casos já foram identificados. "Já registramos diversas situações, que vão desde a exploração sexual; a adoção ilegal de bebês; agenciamento de meninos para o futebol; e de agenciamento de jovens que sonham em ser modelo no exterior. O mais grave é que estas ações se dão sem nenhuma legalidade, muitas destas empresas às vezes só têm site, não possuem CNPJ, o que dificulta a materialização dos crimes", afirmou.