Reservar 10% do PIB para ensino é irreal, diz redatora do plano de 2001
A antropóloga Eunice Durham, redatora do PNE (Plano Nacional de Educação) sancionado em 2001, pelo então presidente Fernando Henrique, critica o novo texto aprovado em comissão especial da Câmara dos Deputados. Sua principal ressalva é sobre a elevação do gasto público em educação para 10% do PIB (Produto Interno Bruto) em um período de 10 anos. "É uma coisa praticamente impossível de realizar", diz Durham, do Núcleo de Pesquisas de Políticas Públicas da USP (Universidade de São Paulo). Ela ressalta que não está detalhada no documento a origem dos recursos, que representarão um salto expressivo na fatia destinada hoje ao setor, em torno de 5% do PIB. Na visão da antropóloga, o que precisa ser feito é melhorar a gestão dos recursos disponíveis, aumentar a qualificação dos docentes e reforçar a qualidade do ensino.