Vítima de estupro receberá pílula

Sob críticas de lideranças católicas e evangélicas, a presidente Dilma Rousseff sancionou ontem (01), na íntegra, o projeto de lei aprovado pelo Congresso que garante às vítimas de violênciasexual acesso ao atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo a oferta da pílula do dia seguinte para prevenir gravidez decorrente de estupro. A medida foi alvo de forte lobby de diversas entidades religiosas que viam na sua adoção uma brecha para a legalização do aborto. Para evitar problemas futuros com o texto, mas sobretudo para reduzir a polêmica com evangélicos e católicos, ao mesmo tempo que anunciava a sanção, o governo enviou ao Congresso projeto de lei corrigindo ambiguidades na nova lei. A expressão "profilaxia da gravidez" será trocada por "medicação com eficiência precoce para prevenir gravidez resultante de estupro". A intenção foi afastar o entendimento de que métodos de interrupção de gestação pudessem ser aplicados, no SUS, diante da alegação de violênciasexual.