Juventude sem oportunidades

Veículo: Estado de Minas - MG
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Nunca o mundo teve tantos jovens. Um levantamento inédito do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), a ser divulgado hoje, mostra que eles são 1,8 bilhão de pessoas. Engrenagem do futuro global, contudo, parte dessa juventude está praticamente condenada. Conforme o relatório, 60% dessa parcela não tem acesso à educação e, consequentemente, ao mercado de trabalho. Pior: mais de 500 milhões lutam para viver com menos de US$ 2 por dia, abaixo da linha de pobreza considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking de países com maior número de jovens, 51 milhões. As primeiras posições são ocupadas por Índia (356 milhões) e China (269 milhões). Os entraves educacionais e culturais vividos pela juventude atual têm um "profundo efeito", segundo o relatório, no futuro global. Com os investimentos certos, esses jovens podem representar uma oportunidade ímpar para "um crescimento econômico rápido e estabilidade". A pesquisa aponta a educação de qualidade como a maior prioridade — tanto para países ricos quanto para países pobres — em uma agenda de desenvolvimento mundial para os próximos 15 anos. Outras iniciativas estratégicas são necessárias, aponta o relatório, para que esses jovens se tornem adultos em um mundo com melhores indicadores econômicos e sociais: saúde, educação social, empoderamento feminino, e "uma vida livre de violência e discriminação" são alguns dos fatores citados. De acordo com o professor de economia da pobreza da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Flávio Comim, o desenvolvimento cognitivo das crianças se estabiliza aos 10 anos e a capacidade de falar uma língua estrangeira com grande facilidade diminui aos 12.

Temas deste texto: Exclusão Social