Livros didáticos perpetuam sexismo, diz Unesco
Livros escolares "cheios" de atitudes sexistas são um obstáculo oculto na luta pela igualdade de gênero, diz a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Segundo ela, estereótipos negativos dificultam a educação de meninas.
Em seu relatório especial para o Dia Internacional da Mulher, a agência afirma que mulheres frequentemente aparecem apenas em papéis secundários nos livros usados nas escolas, e que isso limita as expectativas que meninas tem profissionalmente.
"Garantir que todos os meninos e meninas vão à escola é apenas parte da batalha. O que eles aprendem lá é igualmente, se não até mais, importante. Essa persistente discriminação nos livros escolares derruba a motivação das garotas, sua auto-estima e sua participação na escola", diz Manos Antoninis, da equipe de monitoração de educação global da Unesco.
Com exemplos de países na África e na Ásia, o relatório afirma que homens tem mais chance de serem representados em livros didáticos como empresários, engenheiros, cientistas e políticos, enquanto as mulheres tem mais chance de serem representadas cozinhando, cuidando de crianças ou em outros papeis domésticos.
Além desses esteriótipos, é raro também que mulheres sejam representadas, seja qualquer for o papel. A discrepância é especialmente em livros de matemática ou ciência. Em alguns casos, apenas uma entre 20 personagens de um livro de ciência é mulher.
O relatório afirma também que o progresso para conseguir represetenção igualitária tem sido lento, marcado por uma sensível falta de vontade política e resistência por parte de autores e autoridades responsáveis por livros escolares em nações em desenvolvimento.