Uma em cada quatro mulheres sofre violência obstétrica no Brasil
“O médico entrou e falou, ‘Vamos fazer esse bebê nascer’. Mandaram eu fazer força, mas não conseguia por causa do quadro de pressão alta. O médico disse que eu seria a primeira mulher do mundo que não ia conseguir parir um filho. Uma enfermeira debochou, disse que na hora de fazer foi bom. Comecei a pedir desculpas, me sentia culpada. ‘Seu bebê vai morrer’, o médico dizia. Três enfermeiras empurraram minha barriga, e ele nasceu em silêncio”. O relato é de Luana Lopes, mãe de Max Emanuel, hoje com 2 anos, mas não se trata de um caso isolado. De acordo com uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo, uma em cada quatro mulheres é vítima de violência obstétrica durante o parto no Brasil. Em São Paulo, por causa do grande número de denúncias, o Ministério Público Federal instaurou um inquérito civil público para apurar os casos. No Paraná, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PR) criou a subcomissão de Violência Obstétrica para coletar informações e depoimentos de mulheres que sofreram abusos durante o parto. A ideia é dialogar com o Conselho Regional de Medicina (CRM) e com o Ministério Público para desenvolver ações de conscientização e fiscalização.