Machismo é marcante na juventude brasileira
Os comportamentos machistas são reproduzidos mesmo entre a faixa etária que seria considerada mais liberal: a dos jovens. Mas, muitas vezes, eles não enxergam essa característica nas atitudes que tomam ou na submissão produzidas por esses atos, no caso das meninas. Apesar de apenas 8% das garotas entre 16 e 24 anos afirmarem espontaneamente que sofreram algum tipo de violência relacionada ao machismo, 66% delas admitem que viveram situações desse tipo quando questionadas com exemplos. Ao mesmo tempo, 4% dos garotos admitem já ter praticado alguma agressão. Quando as ações são citadas, o número sobe para 55%. Mesmo nesse cenário de não-percepção do problema, 96% dos ouvidos se dizem a favor da Lei Maria da Penha. A existência do machismo no País também é praticamente unânime, com 96% de respostas afirmativas, ainda que boa parte pratique atitudes com esse viés sem, muitas vezes, ter clareza disso. O ciúme em excesso, a submissão e a necessidade de controlar o parceiro, inclusive sobre o que vestir ou postar nas redes sociais, são recorrentes em relacionamentos entre jovens. Os dados foram levantados pelo Instituto Avon e pelo Data Popular, a partir de entrevistas com 2.046 jovens de 16 a 24 anos, das cinco regiões do país, durante o mês de novembro.