Salto na saúde de recém-nascidos

Veículo: Zero Hora - RS
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O sumiço das parteiras do imaginário popular tem um motivo: quase a totalidade dos bebês brasileiros nasce em hospitais. O dado é destacado por pesquisadores que participaram de um grande estudo, previsto para ser divulgado no final do mês, sobre saúde materno-infantil no País. Coordenado pelo Centro Internacional de Equidade em Saúde da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o levantamento compilou informações coletadas a cada dez anos em relação a uso de contraceptivo, consulta pré-natal, parto cesariana e parto em instituição de saúde. O salto no número de partos em instituições de saúde foi o que mais chamou a atenção dos pesquisadores, já que o índice beira os 100% dos nascimentos em nível nacional. Na Região Sul, cujo índice era de 87,7% em 1986, chegou a 99,4% em 2006. E o Nordeste, que ficava bem atrás 67,4% quase chegou lá, registrando 98,2%.

Recordista em cesáreas – O número de cesarianas no Brasil é recorde quando comparado aos demais países, apontou o estudo realizado pela UFPel. Enquanto a Organização Mundial de Saúde preconiza cerca de 15% de cesarianas, sendo que em países com sistemas públicos de saúde consolidados, como Canadá e Reino Unido, essa proporção varia entre 15 e 20%. No Brasil, o índice chegou a 44% em 2006, dando um salto dos 29,2% em 1986. Os números crescem também conforme a condição socioeconômica: para os mais ricos o indicador chega a 73,4% e, para mulheres com 12 anos ou mais de escolaridade, atinge 83,4%.