Drogas, sem metafísica
Em editorial, o jornal se posiciona a favor de que o debate sobre a política de drogas mantenha distância de posicionamentos religiosos. “A ideia por trás da legalização das drogas ou da despenalização de seu uso é a de não acrescentar à longa lista de provações que o dependente já enfrenta atribulações com a polícia, processos judiciais e a possibilidade de encarceramento. O usuário deve ser visto como matéria de saúde pública, e não de segurança”, argumenta. Para o veículo, a pior contribuição do pontífice para a discussão foi a utilização de “metáforas hiperbólicas, que contrapõem bem e mal absolutos, apenas turva uma discussão que deveria ser tão serena e livre de preconceitos quanto possível“. Em seu discurso, o papa classificou traficantes como “mercadores da morte” e que a solução passa pela educação dos jovens “para os valores que constroem a vida comum”. Para o jornal, as opiniões do líder religioso são “legítimas e merecem ser escutadas, embora pouco ajudem a esclarecer o tema de uma perspectiva técnica”.