24 milhões de crianças no mundo nunca pisarão na escola, diz Unesco

Veículo: Globo.com - BR
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Um estudo publicado pelo Instituto de Estatística da Unesco (IEU) nesta segunda-feira (6) afirma que 24 milhões de crianças no mundo jamais pisarão em uma sala de aula. Segundo os dados, a tendência de queda no número de crianças e adolescentes fora da escola, registrada desde o início do século, se reverteu nos últimos anos. Os dados mostram que, em 2013, 124 milhões de crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos de idade não estavam estudando, dois milhões a mais que em 2011. Ao mesmo tempo, porém, os índices de doações para os países em maior necessidade é insuficiente para enfrentar o problema. O relatório aponta que a ajuda internacional dedicada à educação é insuficiente para alcançar as metas de universalização do ensino. A organização acredita que, para alcançar um ensino médio de qualidade até 2030, incluindo as metas definidas pela comunidade internacional no Fórum Mundial de Educação, na Coreia do Sul, os países doadores de recursos deveriam aumentar em 500% suas doações.

Menos investimento

Só para universalizar as matrículas escolares dos pré-adolescentes com 12 anos, seria necessário um recurso de US$ 39 bilhões (cerca de R$ 120 bilhões), estima a Unesco. Porém, o nível de recursos doados para a educação era, em 2013, menor que o registrado em 2010. Segundo os dados da IEU, 59 milhões de crianças com idade para cursar o ensino fundamental (entre seis e 11 anos) não frequentavam a escola em 2013. Dessas, 30 milhões viviam na África Subsaariana e 10 milhões no sul e sudoeste da Ásia. O estudo também indica que 24 milhões de crianças em todo o mundo nunca estiveram em uma sala de aula. As meninas são as mais prejudicadas, especialmente no sul e sudoeste asiático, onde 80% das meninas que não estão na escola têm poucas possibilidades de começar a frequentá-la – número que cai para 16% dos meninos na mesma situação. Entre os adolescentes, um a cada seis está fora da escola, no total de 65 milhões de jovens. Segundo o relatório, a probabilidade de um adolescente de entre 12 e 15 anos não chegar a estudar é duas vezes maior do que a de uma criança de entre seis e 11 anos.