A escravidão do nosso século
Em artigo, o economista e especialista em Política Internacional Marcus Eduardo de Oliveira aponta que “um sistema econômico que faz uso de trabalho infantil desumanizando as relações econômicas em troca do lucro rápido só pode ser classificado como tacanho. Esse modelo econômico não tem limites e se reproduz soberbamente em várias partes do mundo”. Oliveira lembra que, “no Brasil, apesar da lei estabelecer a idade mínima de 16 anos para o ingresso no mercado de trabalho, segundo o IBGE são mais de cinco milhões de crianças e jovens entre sete e 15 anos que trabalham em geral na agricultura. De acordo com dados elaborados em 2008 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Programa Internacional de Eliminação do Trabalho Infantil (IPEC), existem no mundo cerca de 350 milhões de crianças entre cinco e 16 anos envolvidas em alguma atividade produtiva. Entre elas, cerca de 250 milhões são submetidas a condições consideradas de exploração, o que equivale a uma criança em cada seis no mundo. Destas, 170 milhões trabalham em condições perigosas e 76 milhões têm idade inferior a 10 anos. Diante disso tudo resta indagar: até quando ocorrerá essa insanidade econômica, social e moral?”