AC: Recusa a crianças negras e doentes engrossam a espera pelo novo lar

Veículo: A Gazeta do Acre Online - AC
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O sinal de e-mail soou no celular do representante de vendas paranaense Emizael Alves Silva. A mensagem fora enviada por Carolina Cordeiro, funcionária do Juizado da Infância e da Juventude de Rio Branco (AC), no dia 25 de novembro de 2009. O assunto: proposta de adoção. A criança em questão era uma menina de dois meses de vida, dada à adoção depois de quase abortada a pedido da avó, de 30 anos, com a autorização da Justiça, depois que a mãe, de 12 anos, engravidou de um homem que abusou sexualmente dela. Selavam-se ali os destinos da menina Maria Eduarda Victoria, acometida por hidrocefalia, e a família Silva, do Paraná. Emizael e a esposa, Lourdes Ramos Silva, resolveram preencher uma ficha no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), um sistema mantido pelo Conselho Nacional de Justiça, o CNJ, para viabilizar a adoção de crianças e adolescentes em todo o país. Até domingo 17), o cadastro registrava ao menos 31.747 pretendentes, pessoas que estão na fila da adoção. O cadastro é atualizado todos os dias e até domingo disponibilizava ao menos 5.476 crianças e adolescentes para um novo lar. No entanto, embora a disponibilidade de crianças e adolescentes seja inversamente proporcional às famílias que procuram adotar, os dados mostram que 91,33% só aceitam crianças brancas e 80,03% devem ser com menos de um ano.

Temas deste texto: Adoção