Adolescência interminável

Veículo: O Estado de S. Paulo - SP
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Em artigo, José Roberto de Toledo chama a atenção para o fato de que o mundo nunca foi tão adolescente. “A cada quatro terráqueos, um tem entre 10 e 24 anos. Mas desde quando um marmanjo de 24 anos é adolescente? Num passado recente não era, mas passou a ser – ou melhor, não deixou de ser. Segundo a revista científica The Lancet, a adolescência vem espichando a cada geração, nas duas pontas: a puberdade chega mais cedo e a maturação do papel social ocorre cada vez mais tarde”. Uma das consequências, aponta ele, é a redução, nas últimas décadas, nos índices de mortalidades na infância; o mesmo avanço não se observa no caso dos adolescentes. No entanto, ele lembra que a adolescência tardia também tem consequências positivas. “A extensão do período sob o mesmo teto dos pais permite permanecer mais tempo na escola. Por isso as novas gerações têm potencial para formar a força de trabalho mais qualificada que o Brasil já teve, com impactos positivos sobre a produtividade e a renda”.

Temas deste texto: Comportamento