AL: faltam 3,4 mil professores na rede pública
Na Escola Estadual Marques da Silva, localizada em Belém, cidade de 4,5 mil habitantes da região de Arapiraca, a noite da quarta-feira foi oficializada como período sem aulas. Sem professores para ensinar matemática, química e física, a escola fecha e os alunos nem aparecem. A falta de docentes não é exclusividade do pequeno município. Em Alagoas, estado com os piores indicadores educacionais do País, a rede estadual tem carência de 3,4 mil professores, da pré-escola ao ensino médio. O número de ausentes representa quase 30% do quadro total da rede estadual. O próprio governo reconhece o problema, admite incapacidade para resolvê-lo no curto prazo e culpa o passado. Pelo lado da gestão, o reflexo direto disso é a institucionalização do caos: escolas "oficializam" dias sem aula no calendário, diretores fazem tremendo esforço para repor aulas perdidas, professores trabalham além da conta e a Secretaria Estadual de Educação quebra a cabeça para preencher espaços com temporários, chamados monitores.
Quadra é desejo de alunos nordestinos
De acordo com levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) baseado em dados de 2011, apenas 26,7% das mais de 190 mil escolas de educação básica do Brasil tinham quadras esportivas. O nordeste tem o menor percentual do País, com quadras em 11,4% das unidades. A região Sul tem o maior percentual (43,1%), seguida do Sudeste (42,7%), Centro-Oeste (40,1%) e Norte (12,6%). Professores e gestores são unânimes ao afirmar que a escola e o rendimento dos alunos seriam melhores com uma quadra esportiva e boas condições gerais de infraestrutura. "Parece pouco, mas conta muito. Os alunos parecem mais entusiasmados depois que a quadra nova ficou pronta", conta Quitéria Maria Guedes, diretora-adjunta da Escola Estadual Rosalvo Lobo, de Maceió, umas das 173 unidades que passaram pelo programa de reformas da Secretaria Estadual de Educação de Alagoas.