Só duas em cada cinco crianças aprendem a ler e escrever na idade correta no Brasil

Veículo: TV Cultura
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Alfabetização infantil ainda é desafio para Estado brasileiro; projetos sociais oferecem programas de leitura para crianças

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Foto: Reprodução/TV Cultura

A alfabetização é um dos principais desafios da educação infantil no Brasil. Em média, apenas 43% dos alunos completam o segundo ano do ensino básico lendo e escrevendo corretamente.

Quando o Estado não consegue educar as crianças, algumas iniciativas fazem o serviço. O projeto Pró-Saber São Paulo, que existe há mais de 20 anos na comunidade de Paraisópolis, na capital paulista, ajuda muitos jovens a entrar no mundo da leitura.

“Quando a criança não se alfabetiza na idade certa, isso vira uma bola de neve. A medida que os anos vão passando, vai entrando na complexidade da escola. Mais textos surgem para ler, mais saberes aparecem para que ela construa e se relacione com eles. Não é só no português que ela vai ter dificuldade, em todas as áreas do conhecimento, matemática, ciências, geografia, pra tudo na vida”, explica Fernando Renner, coordenadora pedagógica do Pró-Saber.

Das 2.700 crianças que já passaram pelo projeto, 93% foram alfabetizadas na idade considerada ideal. Muitos dos alunos que já passaram por lá, voltam e ajudam. Maryana Feitosa aprendeu a ler e, agora, usa o método em outras escolas da região.

“Do mesmo jeito que a gente faz essa ação com eles de persistir, de dizer: ‘vamos lá, você consegue jogar a bola, vai conseguir jogar mais longe’, é similar com a alfabetização. Eu acho que a persistência é a chave e isso vai alcançar o desenvolvimento da criança”, conta Feitosa.

O Pró-Saber é mantido com doações e projeto de incentivo à cultura. Mesmo assim, muitos livros e apoio são entregues aos pequenos.

Apesar de existir diversos projetos com esse, ainda é necessário políticas públicas para alcançar todas as crianças do país.

“Imagina você ter turmas de alfabetização com 30 ou 40 crianças? Como é que os professores podem acompanhar essas crianças, né? Essa comunidade está resolvendo um problema que o estado não está fazendo. É isso que a gente tem que se perguntar”, diz Catarina de Almeida Santos, integrante do comitê pelo direito à educação.

 

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