Apenas 4 em 10 jovens com até 25 anos completam o Ensino Médio

Veículo: Nova Escola - BR
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O relatório “Competências e Empregos: Uma Agenda para a Juventude”, publicado pelo Banco Mundial (Bird), alerta para os principais desafios que os jovens brasileiros enfrentam no mercado de trabalho. E aponta para um grande fator de impacto nesse processo: a Educação Básica. De acordo com o estudo, 52% dos jovens entre 15 e 29 anos não estudam nem trabalham ou estudam ou trabalham mas sem carteira assinada.

O número representa 25 milhões de jovens brasileiros em risco de desengajamento econômico – aqueles que correm risco de não encontrarem emprego ou ficarem apenas com empregos informais ou de baixa remuneração. Destes jovens, 45% nem estudam nem trabalham, 35% trabalham sem carteira assinada, 11% estudam e trabalham, mas sem carteira assinada e 9% só estudam, mas estão com defasagem idade-série com alto índice de repetência. O estudo aponta que, considerando a retração econômica sofrida pelo país, há urgência em acentuar o foco no engajamento dos jovens na escola e no trabalho. “A premissa é que um país que não consegue oferecer oportunidades a seus jovens para que se engajem, construam e apliquem seus talentos e competências encontra-se em aguda desvantagem para sustentar seu desenvolvimento e atingir alta renda ao passar pela última etapa de sua transição demográfica”, aponta o relatório. Parte dessa urgência também se dá pela retração econômica do Brasil e envelhecimento da população.  “A última onda da transição demográfica do Brasil está chegando ao auge”.

Os dados revelam o tamanho do desafio: apenas quatro em dez pessoas com até 25 anos completaram o Ensino Médio. A preocupação vai além da evasão escolar, uma consequência do desestímulo com a escola e alta distorção idade-série. Há ainda a questão da qualidade do ensino e da relevância das competências adquiridas pelos estudantes em sua trajetória escolar. Nesse contexto, o Banco Mundial coloca a importância do desenvolvimento de três tipos de competências considerando as necessidades do mercado de trabalho: cognitivas, técnicas e socioemocionais. “O Brasil ainda ocupa um lugar muito modesto em relação aos países vizinhos e pares nos testes internacionais de aproveitamento da aprendizagem”, cita o relatório. “Embora o desempenho da aprendizagem esteja melhorando no Brasil, o ritmo desse progresso é lento”.

O estudo também apresenta sugestões para aproveitar a última onda de transição demográfica. A primeira delas está sendo amplamente debatida no Brasil: a criação de um novo currículo baseado em competências. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) abarca esse conceito e está guiando a reestruturação dos currículos de todas as escolas públicas e privadas do país. No entanto, o relatório destaca que para a ação ser efetiva é necessário um monitoramento de qualidade sobre a implementação.

Outras sugestões passam pela formação de professores e repensar a carreira dos diretores escolares. “A designação deles nem sempre é meritocrática e seus desafios, nas áreas de gestão e pedagogia para assumir esse cargo de liderança, são vistos como importantes obstáculos à eficiência do sistema educativo”, explica o estudo. O uso de intervenções complementares às reformas já em curso – BNCC e Novo Ensino Médio – também são indicadas para aumentar o número de alunos que concluem a Educação Básica e reduzir a evasão.

Confira o estudo completo aqui.