Apenas 5,5% das crianças de 3 e 4 anos completaram vacinação contra Covid

Veículo: Revista Veja - BR
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Um novo levantamento realizado pelo Observatório de Saúde na Infância, o Observa Infância, e divulgado nesta quarta-feira, 16, mostrou dados alarmantes sobre a cobertura vacinal contra a Covid-19 de crianças de 3 e 4 anos: apenas 5,5% dessa população está completamente imunizada, ou seja, com as duas doses da CoronaVac. A vacina, do Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, foi autorizada para o público pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em julho deste ano. O observatório é uma iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase).

“O atraso na vacinação infantil contra a Covid-19 é preocupante, uma vez que, até junho de 2022, o Brasil registrava uma média de duas mortes diárias entre crianças menores de 5 anos”, alertou, em nota, Patricia Boccolini, coordenadora do Observa Infância.

Crianças com menos de 5 anos estão liberadas para receber o imunizante pediátrico da Pfizer, aprovado pela Anvisa em setembro, mas a distribuição de doses, iniciada na semana passada pelo Ministério da Saúde, terá como foco apenas as crianças com comorbidades. “Desde a aprovação da Pfizer pediátrica pela Anvisa, em 16 de setembro, 26 crianças menores de 5 anos já morreram em decorrência da doença, o equivalente a dois óbitos a cada três dias”, completa Patricia.

Os dados foram coletados na plataforma Vacinômetro Covid-19, do Ministério da Saúde, e consideraram as 5,9 milhões de crianças dessa faixa etária que deveriam tomar as duas doses. Em 7 de novembro, 938.411 crianças de 3 e 4 anos tinham tomado a primeira dose da vacina contra a Covid-19, mas somente 323.965 completaram o esquema vacinal.

A vacinação das crianças com 3 e 4 anos tem sido interrompida em cidades brasileiras por falta da CoronaVac. No Rio de Janeiro, a imunização teve uma pausa em setembro. Nesta quarta-feira, a Secretaria Municipal da Saúde informou que não recebeu uma nova remessa do ministério e que “caso alguma criança de 3 ou 4 anos com comorbidades ou deficiência ainda não tenha sido vacinada, poderá tomar a dose da Pfizer”.