Aprendizado para toda a vida

Veículo: Correio Braziliense - DF
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A explosão da revolta seguida de uma grande onda de otimismo é reação comum entre os jovens acometidos pelo câncer. Segundo a especialista em psico-oncologia Marília Zendron, existe a tendência de o paciente, em um primeiro momento, enxergar a doença como o fim da vida. “Porém, com a troca de experiências e vivências, e o aprendizado que o tratamento proporciona, a pessoa percebe que não é assim e que é possível viver com câncer e, principalmente, após o câncer”, afirma. Um estudo sobre a incidência de tumores e a mortalidade de jovens no Brasil realizado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz mostra que alguns tipos de câncer, como a leucemia e o câncer de mama, frequentemente apresentam sobrevida pior em adolescentes e adultos jovens em comparação com outras idades. Uma possível explicação é que a maioria dos tratamentos a que adolescentes e jovens são submetidos é derivada de terapias pensadas originalmente para outras idades. “Hoje, acontece uma adaptação do tratamento usado em crianças e adultos”, afirma Sérgio Koifman, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.