Até seis anos, criança só precisa brincar

Veículo: O Globo - RJ
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Fábio Barbirato está há 13 anos à frente de um projeto comovente, no setor de psiquiatria infantojuvenil da Santa Casa, no Rio de Janeiro (RJ). São 35 profissionais e uma clientela estimada em mais de 10 mil pacientes com diagnósticos de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), depressão, déficit de atenção, autismo e transtornos de ansiedade. Para o médico, a busca desenfreada pelo sucesso está impactando cada vez mais a saúde mental de crianças. “A quantidade de crianças que atendemos que precisam passar nos vestibulinhos é muito grande. Eles sofrem uma pressão enorme para entrar em escolas como o Pedro II ou o Colégio de Aplicação da Uerj, mas, muitas vezes, não estão preparados psicologicamente”, afirma.

Retorno à infância – Barbirato critica escolas que exigem letra cursiva perfeita de uma criança com quatro ou cinco anos. “Não pode. Existem áreas do cérebro que ainda não estão desenvolvidas nessa idade. E assim, quanto mais se exige dessa criança, mais chance ela tem de desenvolver quadros depressivos e ansiosos. Estudos mostram que crianças expostas a esse estresse desde pequenas têm maior probabilidade de desenvolver depressão na fase adulta”, diz. Para o psiquiatra, é urgente que as crianças tenham de volta a infância.

Temas deste texto: Pais e filhos - Saúde