BA: Presas enfrentam drama da separação dos filhos
Três comprimidos tarja-preta não foram suficientes para ajudar Aline (nomes modificado para preservar a fonte) a dormir. Depois de aguardar noves meses o nascimento de Gabriel*, ela se preparava para o revés do parto: a despedida. Na tarde seguinte, Ana Lúcia, sua cunhada, chegou à penitenciária para buscar o bebê. Antes de entregá-lo, Aline o pegou no colo e balançou o corpo para ninar o pequeno. Logo, ele dormiu. Ela acompanhou os dois até a porta da penitenciária. No caminho, uma detenta lamentou: "ô, dó". Como Aline, 12 mulheres entram grávidas no Conjunto Penal Feminino de Salvador (BA) todo mês. Desse total, três completam a gestação enquanto estão no presídio, estima a assistente social da instituição, Simone Santana. A lei de execução penal estabelece que as penitenciárias femininas tenham berçário e creche para garantir a permanência das crianças na companhia das mães até os 7 anos. Na prática, nem sempre acontece. Em Salvador, por exemplo, as detentas são obrigadas a se afastar dos filhos aos 6 meses de idade.