Brasil está entre os 10 países que mais tiveram contas desativadas pelo Google por exploração de conteúdo sexual infantil
O Brasil está entre os 10 países com mais contas desativadas pelo Google por exploração de material de abuso sexual infantil. Segundo levantamento da empresa de tecnologia, entre julho e dezembro de 2023, 249.924 usuários foram excluídos pela plataforma em todo o mundo em decorrência das violações.
Os dados estão disponíveis em um relatório de transparência da gigante da tecnologia que detalha as ferramentas de combate a crimes sexuais contra crianças no mundo virtual. Nela é possível consultar os outros países da lista, embora os dados individuais por país não estejam especificados.
Entre essas estratégias de combate está o monitoramento do comportamento dos usuários através de inteligência artificial, revisão humana e ajuda de entidades internacionais.
Em uma dessas inspeções, o Google alertou as autoridades sobre um médico de Santa Catarina que foi preso por armazenar conteúdo criminoso. Após a prisão, descobriu-se, ainda, gravações de pacientes nuas em atendimentos.
Detido em uma operação sigilosa no Oeste de Santa Catarina, o homem é réu em um processo penal que apura armazenamento de imagens de conteúdo de exploração sexual infantil.
Dados do Google, entre julho a dezembro de 2023:
- Total de conteúdos denunciados: 3.716.257
- Total de denúncias feitas: 721.545
- Total de contas desativadas: 249.924
Contas desativadas por país
A métrica divulgada pelo Google representa os 10 países em que estão localizadas as contas desativadas por material de abuso sexual infantil.
Segundo a plataforma, os dados são baseados em grande parte pelo país em que o usuário criou a conta ou mais acessa os serviços da empresa. Veja lista abaixo.
- Indonésia
- Índia
- Brasil
- Rússia
- Estados Unidos
- México
- Tailândia
- Vietnã
- Bangladesh
- Filipinas
Como funciona o rastreamento de imagens criminosas pelo Google
- Todos os conteúdos de abuso sexual infantil on-line identificados pelo Google são denunciados ao Centro Nacional de Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC, sigla em inglês).
- A entidade é uma agência centralizadora de denúncias que opera nos Estados Unidos desde 2008.
- O órgão tem como responsabilidade repassar informações sobre os crimes aos órgãos de investigação por todo o mundo, de acordo com Camila Rosa, advogada da multinacional no Brasil.
- Entre as ferramentas de combate, a empresa também conta com colaboração global, detecção de conteúdos, denúncia e prevenção de abusos.
- A gigante da tecnologia possui equipe que faz a comunicação jurídica com as entidades.
SC tem núcleo especializado
Santa Catarina conta com o CyberGaeco desde 2021. O núcleo atua como uma força-tarefa especializada em crimes e investigações virtuais, inserida na estrutura do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão ligado ao Ministério Público de Santa Catarina.
No grupo, há agentes de órgãos de segurança especializados em diversos ramos de criminalidade no mundo da internet. No caso da ação que prendeu o médico, além de policiais que trabalham combatendo a exploração infantil, foram usados equipamentos de última geração.
Em aproximadamente três anos, desde agosto de 2021, o órgão deflagrou operações no estado, envolvendo não só violência sexual contra crianças, mas também crimes contra o patrimônio público, corrupção, fraude a bancos. No total, foram mais de R$ 4 milhões bloqueados, 127 mandados de busca e apreensão.
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