CE: Casos suspeitos de exploração sexual são identificados
O corpo, à mostra no trilho da avenida Doutor Theberge, no bairro Álvaro Weyne, em Fortaleza (CE), é de adolescente. A jovem travesti se aproxima do carro e oferece o programa por R$ 40. Perguntamos a idade e ela diz ter 18 anos, embora aparente menos. Insistimos se não teríamos problemas ao levá-la a um motel. "Tem um aqui perto que eu sempre vou. Não pedem documento", responde. Ao ouvir mais perguntas, a jovem fica desconfiada e se afasta, sem querer mais conversa. Usando um carro descaracterizado, O POVO percorreu, na última semana, pontos de prostituição em Fortaleza, entre o fim da noite e a madrugada. Em pelo menos dois deles (nas avenidas Theberge e José Bastos), havia travestis e garotas com aparência de adolescentes. Todas, entretanto, disseram ter 18 anos. Nesses locais, o valor do programa variava entre R$ 30 e R$ 60. Os pontos de prostituição são conhecidos na cidade e sempre concentram garotas de programa, independente da Copa do Mundo. Durante o Mundial, pelo menos sete casos suspeitos de exploração sexual de crianças e adolescentes foram identificados em Fortaleza. O levantamento parcial é da chamada Agenda de Convergência, uma ação do governo federal, em parceria com o estado e a prefeitura, para combater esse tipo de crime no contexto de grandes eventos. Está ocorrendo em todas as cidades-sede do Mundial. Locais e detalhes sobre as ocorrências não foram informados.