CE: Despreparo compromete adoções tardias

Veículo: Diário do Nordeste - CE
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Casos de devolução de crianças e jovens são mais comuns do que se imagina e causam danos quase irreparáveis. São histórias como a de Samuel (nome fictício). Aos 11 anos, ele acumula alguns "ex" pais e mães: os biológicos, que o abandonaram aos três anos, e outros de famílias substitutas. A história de Samuel não é exceção nas Varas da Infância e Juventude no Brasil. Assim como este caso, outros exemplos mostram que, diferentemente do que deveria ser – um ato de amor – o processo de adoção indigna e inquieta quando também revela um lado sombrio. Em Fortaleza (CE), dados do Juizado da Infância e Juventude da Comarca da Capital, registra, em 2011, três casos de devolução, sendo um com o processo de adoção concluído e dois já com a guarda provisória conferida pelo juiz.

Explicações – As razões que levam à desistência são variadas, afirma a psicanalista Maria Luiza Ghirardi. Ela investigou o assunto com o objetivo de apontar dificuldades encontradas pelos pais adotantes. Para ela, entender os chamados fatores de risco é uma ajuda para contornar as devoluções. “Muitas vezes, a criança e a relação com ela são idealizadas, ou seja, supervalorizadas e, nessas circunstâncias, não se cogita que a relação poderá apresentar dificuldades”, afirma.

Temas deste texto: Adoção