Conselho Indigenista Missionário afirma que assassinato de crianças indígenas não é fato inédito

Veículo: A notícia foi publicada nos principais jornais do País - BR
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O assassinato de uma criança indígena no Maranhão, queimada por madeireiros em outubro de 2011, provocou a indignação de brasileiros em redes sociais na semana passada. Embora tardia, a reação não diz respeito a um fato isolado ou inédito, uma vez que crianças e jovens indígenas são assassinados todos os anos no País. Além dos episódios de violência envolvendo grupos de não índios em busca de terras e madeira, as mortes também ocorrem por conta de conflitos nas comunidades envolvidas com o consumo de álcool e drogas. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) quatro crianças indígenas foram assassinadas em 2010, enquanto 11 mortes foram registradas em 2009. Além disso, estima-se que dezenas de crianças indígenas morrem todos os anos por desnutrição, falta de condições adequadas de higiene e de atendimento médico.

Entrada de madeireiros no MA não é fiscalizada – A representante do Cimi no Maranhão, Rosimeire Diniz, disse que o assassinato da criança no estado é consequência da falta de fiscalização nas comunidades indígenas locais, especialmente naquelas isoladas. Segundo ela, não há informação de qualquer posto de fiscalização em terras indígenas no estado, o que facilita a atuação de madeireiros ilegais. De acordo com Rosimeire, todas as denúncias são encaminhadas ao Ministério Público e à Fundação Nacional do Índio (Funai), mas dificilmente há punições. A fundação afirmou que vai divulgar nesta terça-feira (10) o relatório da visita realizada ontem (9) à terra indígena onde a criança vivia.

Temas deste texto: Mortalidade Infantil