Cota é ilusão de fim do problema, diz reitor

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
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A maioria dos 1,5 mil estudantes da Faculdade Zumbi dos Palmares é negra, veio de escolas públicas e trabalha o dia todo. Para obter o diploma, desembolsam R$ 300 por mês. "Aqui não tem riquinho como na USP, não", diz o reitor, José Vicente. Dentre os que já passaram pelas salas de aula da faculdade que levam o nome de personalidades negras como Cartola e Barack Obama, e fizeram cursos como administração e direito, alguns hoje estão em cargos de chefia. Mas a inclusão do negro no mercado de trabalho ainda é um desafio que, segundo Vicente, as cotas no ensino superior não conseguem resolver. "O Brasil nunca olhou a questão do negro com afinco." Em entrevista ao jornal, José Vicente afirmou que, “no Brasil, temos a postura de resolver o problema pela metade. Entende-se que as cotas no ensino superior podem resolver a exclusão, o apartheid social. E não é isso. O Brasil nunca teve interesse em resolver esse problema da inclusão do negro com afinco”.