Cota não garante aluno de escola pública em vestibular

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
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O número de alunos da rede pública nos vestibulares de importantes instituições gratuitas do País caiu ou mudou pouco nos últimos anos, apesar de políticas de bônus e cotas. Entre dez universidades que enviaram dados à Folha de S. Paulo, USP e Unicamp (São Paulo), UERJ (Rio de Janeiro) e UFMG (Minas Gerais) registraram queda no percentual de vestibulandos formados na rede pública de ensino. Em outras universidades, a fatia se alterou pouco. Os alunos das públicas ainda são minoria na maior parte dos vestibulares das instituições públicas, embora representem 85% dos que concluem o ensino médio no País, percentual que aumentou na última década.

Bolsas – Júlio Felipe Szeremeta, presidente da comissão de vestibular da UFSC, diz que "não houve o boom esperado". Em 2012, o percentual de vestibulandos de escolas públicas atingiu 37,5% na UFSC. "Imaginávamos que o percentual de vestibulandos de escola pública já teria chegado a 50%". Já na Universidade Federal da Bahia (UFBA) a tendência de queda só foi revertida a partir de 2010, depois de um aumento no número de cursos noturnos de 1 para 33. Para especialistas, a maior oferta de bolsas do governo também tem influenciado a decisão de muitos alunos. "O ProUni [Programa Universidade para Todos] atraiu muitos egressos de escolas públicas para as faculdades privadas", diz Alexandre Oliveira, sócio da Meritt, empresa de consultoria em educação.

Temas deste texto: Educação - Ensino Superior