Crianças e adolescentes sofrem mais com a fome no Brasil

Veículo: O Globo - RJ
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Mais de um terço (37,4%) das crianças de até 4 anos vivem em lares com algum grau de insegurança alimentar. E 4,5% estão em famílias para as quais a situação é grave

Fome no Brasil
Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo

A fome ronda principalmente as crianças e adolescentes no Brasil, aponta pesquisa do IBGE. Mais de um terço (37,4%) dos menores de 0 a 4 anos viviam em lares com algum grau de insegurança alimentar no Brasil em 2023.

Deste percentual, 4,5% residiam em domicílios onde houve fome ou redução de quantidade e qualidade dos alimentos no ano passado, ou seja, convivem com a fome.

Entre os menores de 5 a 17 anos, 36,6% moravam em casas com algum nível de insegurança alimentar. Nesta faixa etária, 4,9% residiam em domicílios com insegurança alimentar grave.

O percentual de brasileiros vulneráveis à restrição alimentar em um domicílio diminui conforme a idade avança. Entre os adultos na faixa de 18 a 49 anos, 29% moravam em lares sob condição de insegurança alimentar em 2023.

Entre 50 e 64 anos, 26,8% residiam em domicílio com esta condição no mesmo período. Entre aqueles com 65 ou mais, o percentual caía para 20,9%.

— Domicílios com crianças têm maior associação à insegurança alimentar que aqueles com pessoas de 60 anos ou mais — explica André Martins, analista do IBGE.

Os números da pesquisa indicam que a fome diminuiu no país, mas historicamente segue afetando os mais jovens. Entre 2017 e 2018, 5,1% das crianças com menos de 5 anos e 7,3% das pessoas com idade entre 5 e 17 anos viviam em domicílios com insegurança alimentar grave.

As estatísticas são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) do IBGE. As informações sobre segurança alimentar no país foram divulgados nesta quinta-feira.

A pesquisa foi elaborada com base na metodologia adotada na Pnad de 2004, 2009 e 2013 e na Pesquisa de Orçamentos Familiares dos anos de 2017-2018. O levantamento classifica as unidades domiciliares segundo os graus atribuídos pela Escala de Insegurança Alimentar brasileira.

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