Crianças ilhadas no Rio São Francisco enfrentam dura jornada para estudar
Separados do mundo há cerca de cinco décadas, desde seus ancestrais que foram expulsos das margens do Rio São Francisco por fazendeiros, privados de energia elétrica e desconhecendo TV ou internet, os moradores das ilhas do Velho Chico podem ter na educação a ponte para romper o isolamento que se eterniza por gerações. Nessas comunidades, o analfabetismo é fato comum entre os adultos, privados do estudo pela distância da escola. Hoje, os filhos dos ilhéus já enxergam uma oportunidade para mudar a realidade. Porém, a tarefa está longe de ser fácil. Para chegar à sala de aula os alunos enfrentam uma vida de sacrifício, iniciada na caminhada até a lancha que faz as vezes de escolar. Depois é preciso gastar boa parte do tempo navegando, antes de caminhar novamente até a escola. O transporte fluvial, iniciado há quatro anos, é feito em lanchas fornecidas aos municípios ribeirinhos pelo governo federal, por intermédio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A reportagem do Estado de Minas acompanhou a rotina de crianças das ilhas na jornada até a escola.