De volta ao rito medieval
Manhã de domingo, igreja cheia. Muitos homens vestem trajes formais. Mulheres levam véus sobre os cabelos. O silêncio absoluto é quebrado por um canto gregoriano. O padre passa pelos fiéis a caminho do altar. Sempre de costas para a audiência, dá início à missa em inconfundível latim: In nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti. A resposta vem em uníssono: Introibo ad altare Dei, ad Deum qui Icetificat juventutem meam (Entrarei no altar de Deus, o Deus que alegra minha juventude). A cena evoca imediatamente imagens medievais, mas ocorreu no último dia 13 de julho, no Centro do Rio de Janeiro (RJ). Lá, a antiga Sé do Brasil, atual Igreja de Nossa Senhora do Carmo, sítio da coroação de João VI e Pedro I, é palco para uma das muitas missas tridentinas que se espalham pelo Brasil, numa ressurreição de formas litúrgicas arcaicas que atrai incontáveis jovens fiéis. O termo Juventutem, aliás, designa um movimento de volta às tradições católicas liderado por adolescentes e jovens de 16 a 34 anos. Para o padre Luís Corrêa Lima, professor de Teologia da PUC-Rio, o mistério por trás da missa tridentina é o que fascina.