Dia Nacional do Livro Infantil: hábito de leitura deve começar na primeira infância
Livro Infantil: Incentivo da leitura deve partir dos pais nos primeiros seis anos de vida da criança
Com a predominância de tecnologias como tablets, celulares e TV, aliada à expansão do ensino online, os livros infantis ainda ocupam lugar na rotina das crianças? Tal reflexão ganha destaque nesta quinta-feira (18), quando é celebrado o Dia Nacional do Livro Infantil. A escolha deste dia é uma homenagem ao nascimento de Monteiro Lobato, considerado o patrono da literatura infantil no Brasil.
Conforme os dados mais recentes da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, houve um aumento no número de crianças que praticam leitura entre 2015 e 2019. Um total de 48% afirmaram que leem por prazer. A lista de benefícios que o hábito de leitura traz para uma criança é extensa: consciência fonológica (as crianças vão identificar e manipular os sons que formam as palavras), o princípio alfabético (para reconhecer que letras são símbolos e que compõem as palavras que falamos) e o conhecimento (alargando as experiências através de temáticas diferentes).
De acordo com a coordenadora pedagógica da Educação Infantil do Colégio CBV, Priscila Gonçalves, o estímulo à leitura na primeira infância, ou seja, nos primeiros seis anos de vida do ser humano, é fundamental, já que é neste período quando ocorre o amadurecimento do cérebro, o desenvolvimento da capacidade de aprendizado e a iniciação social e afetiva. “As histórias infantis são excelentes recursos para que haja o contato lúdico com a leitura. Através delas, ampliamos as possibilidades de conexão com o mundo, favorecendo descobertas e aprendizados”, comenta Priscila.
É a postura adotada por Ananayra Alcoforado, mãe de Sophia, de 1 ano e dois meses, que introduziu a prática da leitura no primeiro mês de vida de sua filha. “Desde muito novinha, ela ficava com um olhar bem atento para os livros, pelo fato de a gente ter introduzido logo cedo. Então, eu acho que o principal benefício é criar o hábito o quanto antes para que, no futuro, ela seja uma leitora”, afirma.
A coordenadora pedagógica do CBV destaca outras vantagens da leitura durante a primeira infância, incluindo o desenvolvimento do vocabulário. “Com o hábito de leitura, a aquisição de vocabulário será ampliada, bem como o sentido nas conexões entre letras, sons e palavras, para que haja função social, consequentemente”, explica Priscila.
No período em esteve de licença do trabalho, Ananayra encontrou na leitura compartilhada com a filha uma maneira de estabelecer ligação afetiva. “Eu fiquei sete meses de licença, seis de licença maternidade e mais um mês de férias em casa. Ler os livrinhos era a forma que eu encontrava de criar mais conexão, criar memórias, imaginação e desenvolver a parte lúdica dela”, pontua a mãe.
De acordo com Priscila Gonçaves, o estímulo à leitura pode ser iniciado desde a vida intrauterina, através de leituras que sejam prazerosas para a mãe. Após o nascimento, todo momento é oportuno para investir em tempo de qualidade com a criança, realizando leituras dentro da rotina. “É importante a escolha certa de livros que incentivem a curiosidade da criança. Da mesma forma, criar um espaço dedicado ao momento da leitura, deixando as obras expostas para que a criança tenha autonomia para fazer isso”, orienta Priscila.
A coordenadora propõe atividades lúdicas vinculadas ao livro escolhido para ampliar a experiência da leitura. “Nesta rotina, além desse espaço, que pode ter uma estante com livros, um puff, almofadas ou um tapete para a criança ficar, a família também pode realizar alguma brincadeira que faça alusão ao que foi lido. As livrarias também podem ser inseridas entre os passeios da família, para que escolham juntos um novo livro”.
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