Educação é solução para desigualdade em assistência social, diz economista
A pandemia de Covid-19 aumentou mais a lacuna em investimento em assistência social entre países ricos e pobres, de acordo com o Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud. O relatório divulgado na semana passada cita um “choque econômico sem precedentes”, destacando que as nações ricas investiram até 212 vezes mais na área do que os países pobres.
Em entrevista à CNN, Naercio Menezes Filho. economista e professor do Insper, avaliou que a lição a ser tirada para o Brasil é a de que a sociedade precisa lutar por mais igualdade de oportunidades, principalmente em relação ao investimento nas famílias pobres com crianças.
Segundo o economista, um ponto preocupante são as crianças e os jovens que estão com pouco ou nenhum acesso à escola na pandemia. Ele considera que os custos da falha do aprendizado básico “são realmente incalculáveis.”
Naercio disse que, quando a vacinação contra a Covid-19 acelerar e o impacto da pandemia diminuir no Brasil, um esforço extraordinário deve ser feito nos campos da saúde, educação, saúde mental e assistência social, para tentar recuperar essa geração. “Porque os adultos, mal ou bem, já estão estabelecidos. Mas as crianças, os jovens, precisam de investimentos contínuos e elevados para evitar uma catástrofe”, falou.
De acordo com o professor, se a população permanecer mais tempo na escola, e tiver os direitos básicos à habitação e ao saneamento básico, “nós vamos ter ganhos no futuro porque essas pessoas não vão precisar de benefícios sociais”. Nessas condições, essas famílias conseguiriam “sair da pobreza por conta própria”, pelo aumento do aprendizado.