Educação explica 100% da desigualdade de renda
Atrasos educacionais explicam 100% das desigualdades de renda entre diferentes regiões do Brasil. A conclusão é do economista Alexandre Rands, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco, que tem uma vasta produção acadêmica sobre esse tema. Seu diagnóstico, se correto, significa que o País investe em políticas equivocadas há décadas. Segundo Rands, foi o caso de incentivos para o desenvolvimento da indústria de regiões mais pobres e continua sendo o caso de subsídios públicos a setores empresariais específicos. Ele argumenta que no mercado de capital físico o investimento funciona de forma razoavelmente eficiente. O mesmo não vale para o setor de capital humano. "Famílias em que os pais têm maior capital humano tendem a ter mais recursos para investir na educação dos filhos", afirma. Por isso, as desigualdades educacionais tendem a se perpetuar se não houver interferência do governo. Apesar de melhoras, com políticas que tentam compensar a baixa capacidade de investimento das regiões mais pobres, os avanços do Brasil nessa área têm sido insuficientes, diz Rands.