Estado Islâmico vende meninas yazidis como escravas

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
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Chorando e apavorada, a menina de 15 anos se recusou a soltar a mão de sua irmã. Milicianos da facção radical Estado Islâmico (EI) tinham arrancado as meninas de sua família alguns dias antes. Agora estavam tentando dividir e distribuí-las como espólio de guerra. O jihadista que escolheu a menina de 15 anos para ser sua recompensa apertou um revólver contra sua cabeça, ameaçando puxar o gatilho. Mas foi apenas quando ele encostou uma faca no pescoço de sua irmã de 19 anos que ela finalmente cedeu, dando o passo seguinte numa odisseia tenebrosa de sequestro e abuso pelas mãos do EI. As irmãs estavam entre vários milhares de meninas e mulheres jovens da religião minoritária yazidi capturadas pelo EI no norte do Iraque no início de agosto. A garota de 15 anos faz parte de um contingente pequeno de vítimas de sequestro que conseguiram escapar, levando com elas relatos sobre um sistema de escravidão sistematizado com frieza. Cinco meninas e mulheres que escaparam recentemente concordaram em ser entrevistadas, sob a condição de que seus nomes não fossem revelados, por medo de que o EI puna seus familiares.

Temas deste texto: Tráfico Humano