Estudantes vão trabalhar no SUS antes de se formar

Veículo: Brasil Econômico - BR
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O Programa Mais Médicos, lançado ontem (8) pela presidente Dilma Rousseff, é um dos cinco pactos propostos pelo governo para responder as demandas das ruas. Prevê a abertura de cerca de 10 mil vagas para médicos atuarem na periferia dos grandes centros, no interior e nas regiões Norte e Nordeste, com salários em torno de R$ 10 mil, e a criação de cerca de 11,5 mil novas vagas para residência médica. Mas, no lançamento do programa no Palácio do Planalto, as entidades representativas dos médicos não estavam presentes. Essas entidades discordam de vários pontos da proposta do Executivo. O Mais Médicos prevê a expansão e a aceleração de investimentos para construção e melhorias em hospitais e unidades de saúde, num total de R$ 15,8 bilhões. Uma medida provisória tratando do plano será encaminhada hoje ao Congresso Nacional.

Oito anos de curso

Um dos principais itens do programa é a ampliação da residência médica por mais dois anos. Estudantes que ingressarem nas faculdades de Medicina (públicas ou privadas) a partir de 2015, terão que cumprir um "período adicional de experiência" de dois anos de trabalho em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), como condição para receber o diploma universitário. "Essa medida vai gerar um custo de oportunidade que certamente poderá afastar vocações da medicina", comenta o médico Marcelo Gurgel, Doutor em Saúde Pública e Professor da Universidade Estadual do Ceará, ao citar a extensão do curso de medicina para oito anos. "Em oito anos, é possível fazer a graduação em Direito e ainda em Economia. Ou é possível concluir uma graduação e um mestrado".